Olá meus queridos!!
Já faz algum tempo desde a última publicação, é verdade!! Mas estava a preparar o que vos quero falar hoje (mentiroso!!!... lol...).
O que quero reflectir convosco é um assunto que gosto muito, mas ao mesmo tempo é delicado e complicado de pôr em prática nas nossas vidas. Por isso, vou tentar explicar tudo de uma forma simples para todos tirarmos o melhor proveito deste memorial, que espero que fique gravado nos vossos e meu corações. (Que Deus me oriente no que vou escrever.)
Sempre gostei muito de ler as cartas do apóstolo João, principalmente, porque nelas conseguimos ver e sentir de uma forma muito real, a sua transformação depois de ter vivido com Jesus.
Todas as suas cartas transbordam do seu amor pelo Mestre, amor que ele presenciou e tocou, um amor sem fronteiras, preconceitos ou condicionado. Penso que João se tornou no apóstolo do amor, porque ele entendeu, verdadeiramente, aquilo que Jesus ensinou sobre o amor.
Mas afinal o que é o Amor? É legítimo perguntar.
Fiz algumas pesquisas e encontrei estas definições que achei bem interessantes:
(principalmente porque foram ditas por crianças - não façam já essa cara!!!)
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"Quando minha avó ficou com artrite, ela não se podia debruçar para pintar as unhas dos dedos dos pés. Desde então, o meu avô, pinta as unhas para ela. Mesmo tendo ele artrite" - Rebecca, 8 anos
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"Amor é quando minha mãe faz café para o meu pai e bebe um gole antes, para ter a certeza de que está do gosto dele" - Danny, 6 anos
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"Amor é quando vais comer fora e ofereces as tuas batatinhas fritas, sem esperar que a outra pessoa te ofereça as batatinhas dela" - Chrissy, 6 anos
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"Amor é quando uma menina coloca perfume e um menino coloca aftershave, e eles saem juntos e se cheiram." - Karl, 5 anos
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"Amor é quando o teu cão te lambe a cara, mesmo depois de o teres deixado sozinho o dia inteiro" - Mary Ann, 4 anos
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"O amor é quando dizes a um rapaz que gostas da camisa dele e, depois, ele usa-a todos os dias" - Noelle, 7 anos- "O amor é quando um velhinho e uma velhinha ainda são amigos, mesmo depois de se conhecerem muito bem" - Tommy, 6 anosEstas foram algumas das espontâneas definições, daquilo que as crianças pensam sobre o amor. É esta sinceridade que nos deixa muitas vezes sem palavras e constrangidos, daí que não foi à toa que o Maior Mestre de todos os tempos disse: "Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus." Mt 18:3Mas continuando com o nosso memorial, vamos tentar aprofundar um pouco mais o que é o amor. Para isso, aconselho a lerem ICor. 13, para todos entenderem aquilo que vou falar de seguida.
Para mim, não há definição mais profunda e excelente que todo este capítulo, para retratar o amor.
Já leram? Se não tiverem uma Bíblia à mão, podem clicar neste link e leiam lá:
http://www.bibliaonline.com.br/acf/1co/13Ora bem, agora que já estamos todos dentro do mesmo espírito, vamos continuar.
No antigo Grego (que provavelmente foi a língua que foi usada para escrever o livro de Coríntios), a palavra amor tinha três significados:
"eros", "phileo" e "ágape". E era usada conforme o tipo de amor que queriam referir.
A palavra
"eros", pode-se referir ao amor sexual, que supostamente só deveria existir entre marido e mulher, ou seja dentro do casamento.
A palavra "phileo", refere-se ao amor existente entre pais e filhos, e entre irmãos.
E por fim temos a palavra "ágape", que se refere ao amor mais profundo e excelso destes três. Este é o amor que caracteriza Deus, o amor que lemos em ICor 13, um amor que ultrapassa tudo, que não tem barreiras e que quando é interiorizado e aplicado na sua plenitude, consegue transformar o que o rodeia. Este é o amor que vem só de Deus, o amor perfeito.
Podemos então dizer, que o Amor Ágape, "é aquele amor que se dá e se sacrifica pelo mais alto bem da outra pessoa", é abnegado, dedicado e continua a amar aconteça o que acontecer.
Vimos então, que o amor não é apenas um simples sentimento afectivo, que se sente quando o nosso coração começa a bater de uma forma mais acelereda, e que quase não cabe dentro do peito.
Vamos agora deixar um bocadinho o amor de parte (sem nos esquecermos do que lemos acima), e vamos centrar-nos na outra parte, do memorial, que tenho para nós.
O que é que pensam do perdão? Sim, o perdão, aquela palavra que o dicionário define como "remissão de culpa, dívida ou pena, absolvição, benevolência e fórmula que exprime um pedido de desculpas".
O que pensam desta palavra? Para além da definição que o dicionário nos oferece, que é uma definição académica, será que o perdão é apenas e só isso?
Vou contar-vos uma experiência, que ouvi, que foi contada por um Pastor Adventista, de nome Mark Finley. Este Pastor, faz muitas campanhas de evangelização pelo mundo, e quando estava no Ruanda com esse propósito, foi levado a casa de uma senhora que tinha perdido o seu marido durante o genocídio de 1994. E ela começou a contar a experiência.
"- Foi horrível Pastor, nós ouvimos que rebeldes vinham de vila a vila, e não havia nenhum local onde nos pudéssemos esconder.
- Nós nos escondemos na igreja, éramos 60 e estava escuro, depressa os rebeldes descobriram o nosso esconderijo e entraram com as suas catanas.
- Foi horrível pastor... eles começaram a cortar e a matar as pessoas.
- Na confusão, 15 pessoas fugiram e 45 foram mortas.
- Eles vieram ter com o meu marido, e com um golpe, cortaram a sua cabeça ao meio, e cortaram os seus braços.
- Pastor, eu estava segurando num dos seus braços na altura...
- De seguida, o rapaz aproximou-se de mim, fez-me um golpe no meio da cabeça, outro no ombro, e um na mão.
(o pastor Mark Finley diz que ao longo desta descrição, a senhora ia-lhe mostrando todas as cicatrizes...)
- Pastor, eles deixaram-me quase morta! Por três dias eu estive entre aquele amontoar de corpos sem vida. Mas quando as pessoas da vila vieram para enterrar os corpos, alguém disse: 'Esta senhora tem pulsação, o seu coração está a bater!'.
- Nessa altura os rebeldes já se tinham ido embora.
- Eles levaram-me para o hospital. Agora, passados três anos, posso andar de novo e consigo movimentar a minha mão.
- Após o genocídio, um novo governo subiu ao poder, construiram 18 prisões em todo o Ruanda e 180.000 criminosos estavam presos.
- Pastor, após isto, eu me ajoelhei e orei ao Senhor que não queria que o mal triunfasse, e que apesar de ter passado por todo aquele sofrimento, eu queria levar o Amor de Jesus, aos assassinos e rebeldes.
- Então, eu fui à prisão. Levei-lhes comida, cobertores e mostrei-lhes a Bíblia e o Amor de Jesus.
- Um dia, eu estava na prisão (eu era como uma mãe para eles), e um rapaz dobrou-se sobre os meus pés e começou a pedir-me muitas desculpas e a lamentar-se muito, eu olhei para a sua cara e reparei que esse rapaz, era o mesmo que tinha cortado a cabeça do meu marido e que tinha deixado todas aquelas cicatrizes em mim.
- Eu levantei-o e disse-lhe, 'em nome do meu marido, eu PERDOO-TE, pois não quero que o mal vença, mas sim o amor.'
- O rapaz continuava a chorava compulsivamente, e disse-me, 'por favor, fale-me sobre Jesus'.
- Pastor, eu pude estudar a Bíblia com ele, durante um ano, e ele baptizou-se!
- Mas ainda não acabei, pastor, eu ainda tenho outra coisa para lhe contar.
- Passados três anos, o governo libertou alguns prisioneiros que mostraram bom comportamento. E este rapaz, de nome Luis, foi libertado. Mas ele não tinha nem pai, nem mãe, eles também tinham sido mortos.
- Pastor, eu o ADOPTEI! Ele agora é meu filho. Quer conhecê-lo?"
O Pastor Mark Finley conta, que nesta altura ele estava a tremer, o seu coração estava acelerado, e entretanto, aquele rapaz entrou na sala onde eles estavam. Ela colocou as suas mãos por cima dele e disse, olhando para a fotografia do marido que estava na parede: "A morte do meu marido não foi em vão, o Amor venceu".
Meus queridos, é com lágrimas nos olhos que pergunto, o perdão é realmente, só, aquela definição que acima escrevi?Assim como o Amor, o Perdão não é só um sentimento, e a sua definição não pode ser resumida a simples palavras, por muito sinceras e eloquentes que possam ser. Mas existe um ponto que quero realçar, e que na experiência descrita acima está bem patente e de forma muito visível, é que o perdão não subsiste se não existir amor, enquanto que o amor subsiste sem o perdão. O amor autoalimenta-se e autoregenera-se.Por fim, quero deixar-vos esta frase:O sacrifício do eu é um pequeno começo para se começar a amar e perdoar o outro.
... até ao próximo memorial.